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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O mês de maio


Em alguns momentos me pego pensando no meu pai e na sua partida. 
Foi tão de repente e tão depressa! 
Penso na pouca dor que eu senti ao vê-lo sendo enterrado e ver a terra cobrindo o seu caixão. 
Foi como se eu não conhecesse a pessoa a quem estavam enterrando.  
No momento em que eu soube da sua morte fui amparada por uma mão amiga que me passou tranquilidade. 
A primeira coisa que me preocupou foi "Estarei sozinha, dessa vez sozinha". 
Eu não fazia idéia das coisas maravilhosas que iam acontecer na minha vida após a partida do meu pai. 
Meu pai: um cara ausente e até então sem coração. 
Tudo que eu sofri, todas as minhas sensações indesejáveis transmiti a culpa pra ele. 
Criança não entende e eu não fui diferente. 
Com o tempo e com toda a  experiência triste com a perda da minha mãe, soube dar uma maior importância ao ser "PAI" que eu pouco ou quase nada conhecia dele. 
E foi assim com o passar do tempo que nos aproximamos até que não houvesse mais culpados e sim pai e filha. 
Deus é grandioso - sem igual. 
Em um momento de dor consegue confortar e mostrar as respostas pra nossas dúvidas. 
No momento do velório do meu pai me vi diante de uma família gigante, logo não estou sozinha (pensei)! 
Todos choravam muito inconformados com a perda de um irmão ao mesmo tempo tio companheiro e muito pai. Como assim pai, ele não tinha sido amigo muito menos pai. Como poderiam defini-lo assim, uma pessoa tão querida que eu não tive o prazer de conhecer. 
Foram muitas pessoas ao meu encontro nesse dia (25 de maio). 
Todos viam a semelhança entre eu e minha irmã Vanessa. 
Todos viam a semelhança daquela filha que nunca foi lembrada no aniversário, que nunca teve a presença do pai nas festinhas da escola, a semelhança de uma filha que nunca teve um pai.
Quando era criança sempre tive a certeza de que eu não choraria quando meu pai fosse embora. Mas eu chorei .. chorei por vergonha de não estar sentindo no meu coração uma dor igual daqueles que foram filhos. 
Chorei porque sabia que não teria mais volta. Nunca seria filha como desejei ser.
(não consigo mais)!

4 comentários:

  1. Sem palavras =')
    Vi de perto por tudo o que você passou, e sei
    como foi difícil pra você melbem... e sei como
    você soube superar isso, e ter uma outra visão
    do seu pai. Só com o tempo, você pôde ver tudo
    da maneira como vê hoje, mas é isso aí.
    Você sempre está me surpreendendo, te admiro
    ao máximo garota ♥

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  2. Ps. Amei a foto, essa imagem me lembra um outro SER pai, que admiro muito também, apesar de não parecer para muitos.

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  3. Cara não sei o que dizer mas eu fiquei muito mexido com suas palavras, deve ser muito ruim não ter um pai ao seu lado ao longo de sua vida, ainda mais quando criança!

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